24 de outubro: Dia Mundial de Combate à Poliomielite (Paralisia Infantil)
Data lembra a importância da vacinação, única forma de conter a enfermidade
Publicado em 22/10/2021 12:34 - Atualizado em 22/10/2021 12:43
24 de outubro: Dia Mundial de Combate à Poliomielite (Paralisia Infantil)
Data lembra a importância da vacinação, única forma de conter a enfermidade
Poliomielite é uma doença contagiosa aguda causada por vírus, que pode infectar crianças e adultos, e em casos graves pode acarretar paralisia nos membros inferiores. A vacinação é a única forma de prevenção. Todas as crianças menores de cinco anos devem ser vacinadas.
24 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. A data foi criada para celebrar o nascimento de Jonas Salk, líder da primeira equipe que desenvolveu uma vacina contra a poliomielite. Existem duas vacinas contra a poliomielite: a VPO (vacina pólio oral) ou Sabin, também conhecida por ser a vacina da gotinha; e a VIP (vacina inativada pólio) ou Salk, administrada por via intramuscular. As vacinas são conhecidas pelos nomes dos cientistas Jonas Salk e Albert Sabin, que desenvolveram as duas modalidades de imunizantes para a pólio.
Os casos de poliovírus selvagem diminuíram em mais de 99% desde 1988, quando foram estimados 350 mil casos em mais de 125 países endêmicos. Em 2018, foram notificados 29 casos. Das três cepas de poliovírus selvagem (tipos 1, 2 e 3), o poliovírus selvagem tipo 2 foi erradicado em 1999 e o de tipo 3 foi declarado erradicado em 2019.
Toda esta conquista se deve ao uso das vacinas e a realização de campanhas de imunização. Em 1994, a região das Américas foi a primeira no mundo a ser certificada como livre da pólio. No momento, há apenas dois países – Paquistão e Afeganistão – onde o poliovírus selvagem ainda circula.
O Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a pólio (VOP).
Até que a poliomielite seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, dentre outras medidas.
Vacina disponível o ano todo
Aproveite a Campanha de Multivacinação e leve seus filhos para se vacinarem contra pólio e outras doenças.
Em Ibirité, durante o ano inteiro, você pode procurar uma Unidade Básica de Saúde e realizar a imunização. Devido à campanha de vacinação contra a covid-19, a imunização com as 18 vacinas da Campanha de Multivacinação, que inclui a da poliomielite, está acontecendo de 13h às 15h30 – já nas unidades com horário estendido o atendimento vai até 18h30.
Quais são os sintomas da poliomielite?
Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sintomas até manifestações neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.
Os sintomas mais frequentes são:
- Febre;
- Mal-estar;
- Dor de cabeça;
- Dor de garganta e no corpo;
- Vômitos;
- Diarreia;
- Constipação (prisão de ventre);
- Espasmos;
- Rigidez na nuca;
- Meningite.
Na forma paralítica ocorre:
- Instalação súbita de deficiência motora, acompanhada de febre;
- Assimetria acometendo, sobretudo a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores;
- Flacidez muscular, com diminuição ou abolição de reflexos profundos na área paralisada;
- Sensibilidade conservada;
- Persistência de paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença.
Poliomielite: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção.
Como prevenir a poliomielite?
A vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.
Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (2, 4 e 6 meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente– VOP (gotinha).
A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.
Confira o esquema de proteção no Calendário Nacional de Vacinação.
Quais são as causas e sequelas da poliomielite?
A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus, causador da poliomielite.
As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura. Assim, as principais sequelas da poliomielite são:
- Problemas e dores nas articulações;
- Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;
- Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose;
- Osteoporose;
- Paralisia de uma das pernas;
- Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;
- Dificuldade de falar;
- Atrofia muscular;
- Hipersensibilidade ao toque.
As sequelas da poliomielite são tratadas por meio de fisioterapia e da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afetados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.
A poliomielite atinge também os adultos?
Embora ocorra com maior frequência em crianças, a poliomielite também pode ocorrer em adultos que não foram imunizados. Por isso é fundamental ficar atento às medidas preventivas, como: lavar sempre bem as mãos, ter cuidado com o preparo dos alimentos e beber água tratada.
Como é feito o diagnóstico da poliomielite?
O diagnóstico da poliomielite deve ser suspeitado sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo com diminuição ou abolição de reflexos tendinosos em menores de 15 anos.
Os exames de liquor (cultura) e a eletromiografia são recursos diagnósticos importantes. O diagnóstico será dado pela detecção de poliovírus nas fezes.
Como é feito o tratamento da poliomielite?
Não existe tratamento específico da poliomielite, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas de acordo com o quadro clínico do paciente.
Viajantes e a poliomielite
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde recomenda a vacinação dos viajantes, conforme a situação vacinal de cada pessoa, quando forem se deslocar para países com baixa cobertura vacinal contra poliomielite e circulação de poliovírus selvagem e/ou derivado da vacina.
Embora não existam recomendações temporárias específicas para os viajantes de países livres da poliomielite, como o Brasil, aqueles que viajam para países afetados pela doença são aconselhados a atender às recomendações de vacinação preconizadas pela OMS. No Brasil, o esquema vacinal do Calendário Nacional de Vacinação é composto por três doses da vacina inativada (VIP), aos dois, quatro e seis meses de idade, e dois reforços com vacina oral (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos de idade.
O Brasil recomenda ainda, a emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia para a última dose da vacina contra a poliomielite, a todo viajante residente no país. Esse certificado é emitido nos Centros de Orientação a Saúde do Viajante da ANVISA e credenciados.
Profissionais e gestores de saúde
Os profissionais de saúde devem ficar atentos a possíveis novos casos da doença no Brasil. O monitoramento da ausência de circulação de poliovírus selvagem no país é feito a partir da vigilância das Paralisias Flácidas Agudas (PFA). Todo caso de PFA em menores de quinze anos, independente da hipótese diagnóstica, deve ser notificado, investigado imediatamente.
A notificação é feita pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). É necessária coleta de uma amostra de fezes até o 14º dia do início do déficit motor para isolamento viral e esclarecimento diagnóstico. É preciso, ainda, realizar reavaliação neuromuscular (revisita) para avaliação de sequela neurológica aos 60 dias do início da deficiência motora, e ser encerrado no sistema em até 60 dias após a notificação.
A vigilância da poliomielite é avaliada com base nos indicadores de desempenho operacional das paralisias flácidas agudas em menores de 15 anos de idade.
1) Taxa de notificação;
2) Investigação epidemiológica em até 48 horas;
3) Coleta de uma amostra oportuna de fezes e;
4) Proporção de notificação semanal negativa/positiva.
Exceto a taxa de notificação, que é de no mínimo (1 caso/100.000 < 15 anos), para os demais indicadores a meta mínima esperada é de 80%.
Principais MITOS sobre a doença
MITO! Vacinas causam autismo?
Por quê? Um estudo apresentado em 1998, que levantou preocupações sobre uma possível relação entre a vacina contra o sarampo, a caxumba e a rubéola e o autismo, foi posteriormente considerado seriamente falho e o artigo foi retirado pela revista que o publicou. Infelizmente, sua publicação desencadeou um pânico que levou à queda das coberturas de vacinação e subsequentes surtos dessas doenças.
MITO! Uma melhor higiene e saneamento farão as doenças desaparecerem – vacinas não são necessárias.
Por quê? As doenças que podem ser prevenidas por vacinas retornarão caso os programas de imunização sejam interrompidos. Uma melhor higiene, lavagem das mãos e uso de água limpa ajudam a proteger as pessoas de doenças infecciosas. Entretanto, muitas dessas infecções podem se espalhar, independente de quão limpos estamos. Se as pessoas não forem vacinadas, doenças que se tornaram raras, como a poliomielite e o sarampo, reaparecerão rapidamente.
MITO! As vacinas têm vários efeitos colaterais prejudiciais e de longo prazo que ainda são desconhecidos. A vacinação pode ser até fatal.
Por quê? As vacinas são muito seguras. A maioria das reações são geralmente pequenas e temporárias, como um braço dolorido ou uma febre ligeira. Eventos graves de saúde são extremamente raros e cuidadosamente monitorados e investigados. É muito mais provável que uma pessoa adoeça gravemente por uma enfermidade evitável pela vacina do que pela própria vacina. A poliomielite, por exemplo, pode causar paralisia; o sarampo pode causar encefalite e cegueira; e algumas doenças preveníveis por meio da vacinação podem até resultar em morte. Embora qualquer lesão grave ou morte causada por vacinas seja muito relevante, os benefícios da imunização superam em muito o risco, considerando que muitas outras lesões e mortes ocorreriam sem ela.
MITO! A vacina combinada contra a difteria, tétano e coqueluche e a vacina contra a poliomielite causam a síndrome da morte súbita infantil.
Por quê? Não há relação causal entre a administração de vacinas e a síndrome da morte súbita infantil (SMSI), também conhecida como síndrome da morte súbita do lactente. No entanto, essas vacinas são administradas em um momento em que os bebês podem sofrer com essa síndrome. Em outras palavras, as mortes por SMSI são coincidentes à vacinação e teriam ocorrido mesmo se nenhuma vacina tivesse sido aplicada. É importante lembrar que essas quatro doenças são fatais e que os bebês não vacinados contra elas estão em sério risco de morte ou incapacidade grave.
MITO! As doenças evitáveis por vacinas estão quase erradicadas em meu país, por isso não há razão para me vacinar.
Por quê? Embora as doenças evitáveis por vacinação tenham se tornado raras em muitos países, os agentes infecciosos que as causam continuam a circular em algumas partes do mundo. Em um mundo altamente interligado, esses agentes podem atravessar fronteiras geográficas e infectar qualquer pessoa que não esteja protegida. Desde 2005, por exemplo, na Europa Ocidental ocorrem focos de sarampo em populações não vacinadas (Áustria, Bélgica, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Espanha, Suíça e Reino Unido). Dessa forma, as duas principais razões para a vacinação são proteger a nós mesmos e também as pessoas que estão à nossa volta. Programas de vacinação bem-sucedidos, assim como as sociedades bem-sucedidas, dependem da cooperação de cada indivíduo para assegurar o bem de todos. Não devemos apenas confiar nas pessoas ao nosso redor para impedir a propagação da doença; nós também devemos fazer tudo o que pudermos.
MITO! Doenças infantis evitáveis por vacinas são apenas infelizes fatos da vida.
Por quê? As doenças evitáveis por vacinas não têm que ser "fatos da vida". Enfermidades como sarampo, caxumba e rubéola são graves e podem levar a complicações graves em crianças e adultos, incluindo pneumonia, encefalite, cegueira, diarreia, infecções de ouvido, síndrome da rubéola congênita (caso uma mulher seja infectada com rubéola no início da gravidez) e, por fim, à morte. Todas essas doenças e o sofrimento que elas causam podem ser prevenidos com vacinas. O fato de não vacinar as crianças faz com que elas fiquem desnecessariamente vulneráveis.
MITO! Aplicar mais de uma vacina ao mesmo tempo em uma criança pode aumentar o risco de eventos adversos prejudiciais, que podem sobrecarregar seu sistema imunológico.
Por quê? Evidências científicas mostram que aplicar várias vacinas ao mesmo tempo não causa aumento de eventos adversos sobre o sistema imunológico das crianças. Elas são expostas a centenas de substâncias estranhas, que desencadeiam uma resposta imune todos os dias. O simples ato de comer introduz novos antígenos no corpo e numerosas bactérias vivem na boca e no nariz. Uma criança é exposta a muito mais antígenos de um resfriado comum ou dor de garganta do que de vacinas. As principais vantagens de aplicar várias vacinas ao mesmo tempo são: menos visitas ao posto de saúde ou hospital, o que economiza tempo e dinheiro; e uma maior probabilidade de que o calendário vacinal seja completado. Além disso, quando é possível ter uma vacinação combinada – como para sarampo, caxumba e rubéola – menos injeções são aplicadas.
MITO! As vacinas contêm mercúrio, que é perigoso.
Por quê? O tiomersal é um composto orgânico, que contém mercúrio, adicionado a algumas vacinas como conservante. É o conservante mais utilizado para vacinas que são fornecidas em frascos multidose. Não existe evidência que sugira que a quantidade de tiomersal utilizada nas vacinas represente um risco para a saúde.
por Comunicação